4 características da pneumonia no paciente imunossuprimido

4 características da pneumonia no paciente imunossuprimido
15/09/2024
6 min

A pneumonia em pacientes imunossuprimidos apresenta características particulares. Confira as 4 principais, desde os patógenos envolvidos até a resposta ao tratamento, e entenda como isso afeta o manejo clínico.


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Quais pacientes são considerados imunossuprimidos?

Cerca de 10% dos pacientes internados por pneumonia são imunossuprimidos, um grupo que inclui:

  • Indivíduos com neoplasias avançadas (estágios III e IV) ou hematológicas
  • Pacientes em tratamento quimioterápico
  • Portadores de HIV sem tratamento ou com CD4 < 200 células/mL
  • Receptores de transplante de órgãos sólidos ou medula óssea
  • Usuários de corticoides em altas doses (≥ 20 mg/dia por pelo menos 2 semanas)
  • Pacientes em uso de imunobiológicos, drogas modificadoras de doenças reumáticas ou outros imunossupressores (como infliximabe, metotrexato, ciclofosfamida ou ciclosporina)

O risco de infecções relacionadas ao uso de corticoides, por exemplo, é dose-dependente.

Quais os principais patógenos em imunossuprimidos com pneumonia?

Os principais patógenos em imunossuprimidos são semelhantes aos encontrados em pacientes imunocompetentes.

Entre as bactérias gram-positivas, destacam-se:

  • Streptococcus pneumoniae
  • Staphylococcus aureus (MSSA)
  • Streptococcus pyogenes

Já as gram-negativas incluem:

  • Haemophilus influenzae
  • Moraxella catarrhalis
  • Klebsiella spp.
  • Escherichia coli

Bactérias atípicas e vírus respiratórios, como o influenza e o coronavírus, também são comuns.

Quando considerar antibioticoterapia para bactérias resistentes?

A imunossupressão, por si só, não justifica o uso de antibioticoterapia de amplo espectro para bactérias resistentes.

Deve-se avaliar a história clínica e o grau de imunossupressão do paciente, considerando a possibilidade de infecções por micro-organismos oportunistas.

Um tratamento mais direcionado evita o uso indiscriminado de antibióticos e reduz o risco de resistência bacteriana.

Como é a resposta ao tratamento em pacientes imunossuprimidos?

Em uma coorte prospectiva publicada no Open Forum Infectious Disease, a mediana de tempo para a estabilidade clínica em pacientes imunossuprimidos com pneumonia foi de 2 dias.

Contudo, a mortalidade é significativa, com cerca de metade dos pacientes imunossuprimidos falecendo dentro de um ano após a hospitalização por pneumonia, ressaltando a gravidade da condição nesse grupo.

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