A meningite tuberculosa é uma complicação grave da tuberculose no sistema nervoso central. Saiba mais sobre o diagnóstico, tratamento e exames necessários para identificar essa condição.
O que é a tuberculose no sistema nervoso central?
A tuberculose que afeta o sistema nervoso central (SNC) é uma forma rara, mas grave, da doença, associada a alta mortalidade e morbidade.
As manifestações mais comuns incluem:
- meningite (apresentação mais frequente),
- tuberculoma,
- aracnoidite e
- mielite transversa.
Quais são as principais causas de meningite bacteriana no Brasil?
A meningite tuberculosa é causada pelo Mycobacterium tuberculosis, responsável por 8,2% dos casos de meningite bacteriana no Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
Outras causas comuns incluem:
Microorganismo | Porcentagem de casos |
---|---|
Streptococcus pneumoniae | 27,7% |
Neisseria meningitidis | 12,5% |
Haemophilus influenzae | 4,1% |
Outras bactérias | 25,4% |
Não especificado | 22,1% |
Quais são os sintomas da meningite tuberculosa?
Não há um quadro clínico típico para a meningite tuberculosa, o que torna o diagnóstico sem exames complementares desafiador.
Sintomas comuns incluem cefaleia, febre e náuseas, com características como evolução subaguda e acometimento do nervo craniano, especialmente o VI (nervo abducente), sendo indicadores importantes.
Quais exames complementares são necessários?
Os exames de imagem são fundamentais para o diagnóstico, com a hidrocefalia sendo uma das alterações mais comuns. Lembrar de suspeitar de hidrocefalia em apciente com rebaixamento de nível de consciência e alterações visuais.
Além disso, infartos periventriculares, tuberculomas e realce leptomeníngeo basal são indicativos.
O líquor mostra hipercelularidade com linfócitos, elevação de proteínas e consumo de glicose.
A pesquisa do bacilo via microscopia e cultura, além de testes moleculares como NAAT, são essenciais.
Como é feito o tratamento da meningite tuberculosa?
O tratamento padrão envolve o esquema RIPE (Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida e Etambutol) por 12 meses, sendo os dois primeiros meses combinados com corticosteroides como Prednisona (1-2 mg/kg por 4 semenas) ou Dexametasona (0,3-0,4 mg/kg por 4-8 semanas), dependendo da gravidade do caso.
Casos graves requerem doses maiores e tratamentos mais intensivos.