Abordagem da Meningite Tuberculosa

Abordagem da Meningite Tuberculosa
18/09/2024
5 min

A meningite tuberculosa é uma complicação grave da tuberculose no sistema nervoso central. Saiba mais sobre o diagnóstico, tratamento e exames necessários para identificar essa condição.


O que é a tuberculose no sistema nervoso central?

A tuberculose que afeta o sistema nervoso central (SNC) é uma forma rara, mas grave, da doença, associada a alta mortalidade e morbidade.

As manifestações mais comuns incluem:

  • meningite (apresentação mais frequente),
  • tuberculoma,
  • aracnoidite e
  • mielite transversa.

Quais são as principais causas de meningite bacteriana no Brasil?

A meningite tuberculosa é causada pelo Mycobacterium tuberculosis, responsável por 8,2% dos casos de meningite bacteriana no Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde.

Outras causas comuns incluem:

MicroorganismoPorcentagem de casos
Streptococcus pneumoniae27,7%
Neisseria meningitidis12,5%
Haemophilus influenzae4,1%
Outras bactérias25,4%
Não especificado22,1%

Quais são os sintomas da meningite tuberculosa?

Não há um quadro clínico típico para a meningite tuberculosa, o que torna o diagnóstico sem exames complementares desafiador.

Sintomas comuns incluem cefaleia, febre e náuseas, com características como evolução subaguda e acometimento do nervo craniano, especialmente o VI (nervo abducente), sendo indicadores importantes.

Quais exames complementares são necessários?

Os exames de imagem são fundamentais para o diagnóstico, com a hidrocefalia sendo uma das alterações mais comuns. Lembrar de suspeitar de hidrocefalia em apciente com rebaixamento de nível de consciência e alterações visuais. 

Além disso, infartos periventriculares, tuberculomas e realce leptomeníngeo basal são indicativos.

O líquor mostra hipercelularidade com linfócitos, elevação de proteínas e consumo de glicose.

A pesquisa do bacilo via microscopia e cultura, além de testes moleculares como NAAT, são essenciais.

Como é feito o tratamento da meningite tuberculosa?

O tratamento padrão envolve o esquema RIPE (Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida e Etambutol) por 12 meses, sendo os dois primeiros meses combinados com corticosteroides como Prednisona (1-2 mg/kg por 4 semenas) ou Dexametasona (0,3-0,4 mg/kg por 4-8 semanas), dependendo da gravidade do caso.

Casos graves requerem doses maiores e tratamentos mais intensivos.

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