A colangiopatia pós-COVID-19 é uma condição rara e grave de colestase que ocorre após a recuperação da infecção. Entenda sua fisiopatologia e tratamento.
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Obter descontos!O que é colangiopatia pós-COVID-19?
É uma complicação rara observada em alguns pacientes que se recuperaram da COVID-19.
Embora muitos pacientes com COVID-19 apresentem elevações leves nas aminotransferases, uma pequena parcela desenvolve uma colestase grave e persistente.
Essa condição, que afeta as vias biliares, vem sendo descrita na literatura.
Qual a fisiopatologia da colangiopatia pós-COVID-19?
A causa dessa condição parece estar relacionada à expressão da enzima conversora de angiotensina 2 (ECA 2) nos colangiócitos, células que revestem as vias biliares.
Essa enzima permite a entrada do vírus nessas células, resultando em lesão direta.
Como consequência, desenvolve-se uma colestase severa, que persiste mesmo após a recuperação pulmonar e cardiopulmonar dos pacientes.
Estudos de caso sobre colangiopatia pós-COVID-19
Um estudo publicado no American Journal of Gastroenterology em maio de 2021 descreveu três casos de pacientes com colangiopatia pós-COVID-19.
Todos os pacientes apresentaram elevação de aminotransferases no momento da admissão, embora nenhum deles tivesse histórico de doenças hepáticas ou biliares.
Os três necessitaram de ventilação mecânica prolongada durante o tratamento da COVID-19.
Quais foram os achados nas biópsias desses pacientes?
Após a exclusão de outras possíveis causas, como infecções virais, doenças autoimunes e obstruções biliares, foram realizadas biópsias hepáticas.
Nessas análises, foi observada uma intensa vacuolização citoplasmática dos colangiócitos, associada à fibrose nas regiões portal e periportal.
Esses achados histológicos ajudaram a diferenciar a colangiopatia pós-COVID-19 de outras condições como a síndrome do desaparecimento do ducto biliar.
Quais são as opções de tratamento para colangiopatia pós-COVID-19?
Atualmente, o tratamento dessa condição ainda não está bem estabelecido na literatura médica.
No entanto, algumas abordagens terapêuticas "off label" vêm sendo utilizadas, como o uso de ácido ursodesoxicólico e corticosteroides.
Mesmo com o tratamento, as alterações causadas pela colangiopatia podem persistir por meses e estão associadas a um prognóstico desfavorável.
Referências
- Roth NC, et al. Post–COVID-19 cholangiopathy: a novel entity. Am J Gastroenterol 2021;00:1–6
- Rojas, M., Rodríguez, Y., Zapata, E., Hernández, J. C., & Anaya, J. M. (2021). Cholangiopathy as part of post-COVID syndrome. Journal of Translational Autoimmunity, 4, 100116.