Infecção por Clostridioides difficile causa diarreia e outros sintomas graves, especialmente após uso de antibióticos. Veja como identificar e diagnosticar a doença.
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Obter descontos!O que é Clostridioides difficile?
C. difficile é uma bactéria Gram-positiva, anaeróbica, que sobrevive fora do intestino em forma de esporos altamente resistente ao meio.
Causa colite pseudomembranosa levando a diarreia mediada por toxinas (A e B).
Apenas as cepas que produzem essas toxinas são patogênicas.
Quando suspeitar?
Em pacientes com diarreia aquosa com 3 ou mais episódios por dia e sem outra explicação óbvia.
Outros sintomas incluem:
- dor abdominal,
- febre,
- náuseas e vômitos,
- fraqueza e
- perda de apetite.
Um contexto importante é o uso de antibióticos que é o principal fator de risco por causa disbiose da flora intestinal.
Praticamente todos os antibióticos aumentam esse risco, mas os mais associados são:
- clindamicina,
- quinolonas,
- cefalosporinas e
- penicilinas.
A maioria das infecções ocorre em até 2 semanas após o uso de antibiótios, porém o risco segue aumentado até 3 meses depois.
Outros fatores de risco
- Idade: pacientes acima de 65 tem risco até 10 vezes maior
- Uso de quimioterápicos
- Internação recente ou prolongada
- Transplante de orgão sólido ou medula óssea
- Uso de inibidor de bomba de prótons
Como investigar?
- Imunoensaio para antígeno glutamato desidrogenase (GDH): Detecta a enzima produzida por todas as cepas de C. difficile. Altamente sens[ivel, mas não diferencia entre cepas patogênicas ou não.
- Imunoensaio para toxinas A e B: Detecta a presença de toxinas, sendo altamente específico e capaz de distinguir entre colonização e infecções ativas.
- Reação em cadeia da polimerase (PCR): Detecta genes das cepas toxigênicas, porém também é positivo em carreadores assintomáticos. Portanto, incapaz de diferenciar colonização de infecção. Pouco disponível.
Atenção! O uso dos testes em pacientes sem suspeita clínica pode levar à indentificação de colonização de bactérias não patogênicas e erro do diagnóstico.
Testes para C. difficile
Teste | Sensibilidade | Especificidade | Distingue colonização de infecção? |
---|---|---|---|
GDH | 94-96% | 90-96% | Não |
Toxinas A e B | 57-83% | 99% | Sim |
PCR | 95-96% | 94-98% | Não |
Pontos importantes
- Apenas realizar testes em pacientes sintomáticos para evitar resultado positivos em colonizações.
- Algumas referências indicam o GDH como teste único inicial devido sua alta sensibilidade.
- Não repetir testes no mesmo episódio diarreico se a infecção já foi descartada.
Conclusão
O diagnóstico da infecção por C. difficile requer uma abordagem cuidadosa com base nos sintomas e nos resultados de testes específicos.
Utilizar múltiplos testes em conjunto, como GDH e toxinas A e B, é a melhor estratégia para um diagnóstico preciso.
Referências
- ACG Clinical Guidelines: Prevention, Diagnosis, and Treatment of Clostridioides difficile Infections 2021.
- Clostridium difficile infection: review. European Journal of Clinical Microbiology & Infectious Diseases; 2019; 38(7): 1211–1221.
- Hensgens MP, Goorhuis A, Dekkers OM, Kuijper EJ. Time interval of increased risk for Clostridium difficile infection after exposure to antibiotics. J Antimicrob Chemother. 2012 Mar;67(3):742-8. doi: 10.1093/jac/dkr508.
- Krishna Rao, etl al. Diagnosis and Treatment of Clostridioides (Clostridium) difficile Infection in Adults in 2020. JAMA
- Daniel A. Leffler, and J. Thomas Lamont. Clostridium difficile Infection. N Engl J Med 2015; 372:1539-1548 DOI: 10.1056/NEJMra1403772
- J Thomas Lamont, et al. Clostridioides difficile infection in adults: Epidemiology, microbiology, and pathophysiology. UpToDate 2022
- J Thomas Lamont, et al. Clostridioides difficile infection in adults: Clinical manifestations and diagnosis. UpToDate 2022