HINTS: Como Avaliar Tontura Persistente

HINTS: Como Avaliar Tontura Persistente
15/12/2024
4 min

O HINTS é crucial na diferenciação entre causas centrais e periféricas de tontura persistente. Saiba como utilizá-lo corretamente.


O que é o HINTS?

O exame HINTS (Head-Impulse, Nystagmus, Test of Skew) é uma ferramenta valiosa para a avaliação de tontura persistente não-provocada.

Ele é usado para diferenciar causas de origem central (como acidente vascular cerebral) e periférica (como vertigem posicional paroxística benigna).

Este exame se baseia em três testes:

CentralPeriférico
H.I. - Head Impulse NormalAlterado
N - NistagmoMultidirecional
Vertical
Unidirecional,
Horizontal ou
Rotatório
T.S. - Test of SkewAlteradoNormal

Com uma sensibilidade de até 98%, o HINTS é mais eficaz quando realizado por profissionais experientes e em pacientes com nistagmo espontâneo.

Vale ressaltar que ele é indicado apenas para tontura persistente e não para episódios intermitentes ou provocados.

Como realizar o HINTS?

A aplicação correta do exame HINTS requer atenção a detalhes específicos dos movimentos oculares do paciente. Para aprender na prática, assista ao nosso vídeo:

Sinais que indicam tontura de etiologia central

Ao avaliar um paciente com tontura persistente, alguns achados clínicos podem reforçar a suspeita de origem central:

  • alteração significativa da marcha, como incapacidade de caminhar ou quedas frequentes.
  • presença de sinais focais, como disartria, disfagia ou disfonia.
  • cefaleia associada.
  • história de AVC prévio ou alto risco cardiovascular.

Para saber mais

Se ainda há dúvidas sobre tontura, como a classificação entre persistente, intermitente, provocada ou não-provocada, confira nosso Show Notes com material suplementar no episódio 130 do podcast. 

E ouça o episódio completo para aprofundar seus conhecimentos e conferir a análise detalhada de um caso clínico real.

Referências

  1. Bisdorff AR, Staab JP, Newman-Toker DE. Overview of the international classification of vestibular disorders. Neurol Clin 2015;33:541-550. doi:10.1016/j.ncl.2015.04.010
  2. Wasay M, Dubey N, Bakshi R. Dizziness and yield of emergency head CT scan: is it cost effective? Emerg Med J 2005;22(4):312. doi:10.1136/ emj.2003.012765
  3. Huang CY, Yu YL. Small cerebellar strokes may mimic labyrinthine lesions. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 1985; 48(3):263–5.
  4. Chalela JA, Kidwell CS, Nentwich LM, Luby M, Butman JA, Demchuk AM, Hill MD, Patronas N, Latour L, Warach S. Magnetic resonance imaging and computed tomography in emergency assessment of patients with suspected acute stroke: a prospective comparison. Lancet. 2007; 369(9558):293–8.
  5. Oppenheim C, Stanescu R, Dormont D, Crozier S, Marro B, Samson Y, Rancurel G, Marsault C. False-negative diffusion-weighted MR findings in acute ischemic stroke. AJNR Am J Neuroradiol. 2000; 21(8):1434–40.
Compartilhe

Veja estes tópicos do Guia que você pode gostar:

03 Fev 2025

Tratamento de Bactérias Resistentes: ESBL e AmpC

Infecções causadas por bactérias produtoras de betalactamases de espectro estendido (conhecidas pela sigla em inglês ESBL) e AmpC são frequentes em ambientes hospitalares. Essas cepas conseguem resistir a cefalosporinas de terceira geração (como ceftriaxona e ceftazidima) e até mesmo de quarta geração (cefepima). Neste tópico, revisamos os principais métodos para identificação dessas betalactamases, bem como as estratégias de tratamento mais atuais e respaldadas por diretrizes internacionais.

03 Fev 2025

Hematoma Subdural Crônico

Foi publicado no New England Journal of Medicine em novembro de 2024 o estudo EMBOLISE, que avalia o papel da embolização da artéria meníngea média na prevenção de recorrência do hematoma subdural crônico. Esse tópico revisa os principais pontos sobre hematoma subdural crônico e analisa o que o novo estudo acrescenta.

Veja mais em nosso blog: