Conduta em Paciente com Aumento do Volume Abdominal

Conduta em Paciente com Aumento do Volume Abdominal
14/09/2024
6 min

Aumento do volume abdominal pode indicar ascite. Aprenda a realizar o diagnóstico diferencial com a paracentese e o cálculo do GASA para definir a etiologia.


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O que fazer quando um paciente apresenta aumento abdominal?

Quando um paciente se apresenta com aumento de volume abdominal é importante considerar possíveis causas como ascite.

Esse sintoma pode estar relacionado a diversas condições e o primeiro passo é avaliar cuidadosamente o histórico clínico e realizar exames físicos e complementares.

As principais causa de ascite são: cirrose (81%), neoplasia (10%), insuficiência cardíaca (3%), tuberculose (2%), doença pancreática (1%), diálise (1%) e outras.

Avaliação da ascite

A paracentese diagnóstica deve ser feita em toda ascite recém-diagnosticada.

Esse procedimento é essencial para coletar líquido ascítico e realizar exames laboratoriais. Os principais testes incluem:

  • celularidade e diferencial
  • proteínas totais e albumina*

Outros exames que podem ser utilizados em uma avaliação individualizada: culturas, desidrogenase lática, glicose, amilase, citologia oncócita, adenosina deaminase (ADA) e pesquisa de micobactérias, triglicérides.

*Solicitar também no sangue

Qual o papel do GASA na avaliação da ascite?

O GASA (Gradiente de Albumina Soro-Ascite) é um dos principais testes utilizados para determinar se há hipertensão portal.

GASA = Albumina séria - albumina do líquido ascítico

Um GASA ≥ 1,1 sugere hipertensão portal, enquanto valores menores afastam essa possibilidade.

Além disso, a quantidade de proteínas no líquido ascítico ajuda a diferenciar causas como cirrose e insuficiência cardíaca.

Fluxograma diagnóstico da ascite

Após a paracentese e o cálculo do GASA, podemos seguir um fluxograma diagnóstico:

GASA ≥ 1,1 e Proteínas < 2,5 Diagnóstico mais provável é cirrose
GASA ≥ 1,1 e Proteínas ≥ 2,5 Considerar insuficiência cardíaca
GASA < 1,1 e Proteínas < 2,5 Sugere síndrom nefrótica
GASA < 1,1 e Proteínas ≥ 2,5 Pensar em neoplasias e tuberculose

Não saia sem saber!

  • Sintomas guia facilitam o início do raciocínio clínico
  • Nova ascite diagnosticada = ascite puncionada
  • Avaliar o GASA é o primeiro passo no diagnóstico diferencial da ascite

Referências

  1. BIGGINS, Scott W. et al. Diagnosis, evaluation, and management of ascites, spontaneous bacterial peritonitis and hepatorenal syndrome: 2021 practice guidance by the American Association for the Study of Liver Diseases. Hepatology, v. 74, n. 2, p. 1014-1048, 2021.
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