Depressão em idosos: o que não esquecer no diagnóstico

Depressão em idosos: o que não esquecer no diagnóstico
18/09/2024
4 min

A depressão no idoso tem sintomas diferentes, tornando o diagnóstico desafiador. Conheça os sinais principais e o tratamento ideal, sempre considerando comorbidades.


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Importância

A depressão no idoso é uma condição de saúde mental frequente, especialmente em pessoas com mais de 55 anos.

Sua prevalência varia de 2% a 10%, aumentando conforme a idade.

Esse quadro é mais comum em idosos institucionalizados ou hospitalizados e está associado a maior morbidade e mortalidade quando comparado a idosos que não têm depressão.

Quais são os sinais e sintomas da depressão no idoso?

Os idosos costumam apresentar sintomas de depressão de forma diferente dos mais jovens.

Enquanto as queixas de humor são menos frequentes, outros sintomas aparecem como principais, incluindo:

  • dores crônicas;
  • alterações de sono;
  • mudança de peso;
  • dificuldade de concentração.

Como diagnosticar depressão em idosos?

O diagnóstico da depressão no idoso pode ser complicado pela presença de comorbidades e outras condições clínicas, como efeitos adversos de medicamentos, uso de substâncias, hipotireoidismo, apneia do sono ou demências.

Isso torna essencial a exclusão de outras causas antes de confirmar o diagnóstico de depressão.

Qual é a diferença entre depressão e demência?

Embora possam ter sinais em comum, depressão e demência apresentam características distintas:

Depressão Demência
Início agudo ou insidioso Início insidioso
Paciente relata eventos em ordem cronológica Paciente incapaz de relatar eventos
Diminuição da qualidade de vida Ausência de percepção de doença
Redução de atenção, concentração, velocidade de processamento Redução de evocação e aprendizagem                                                  
Humor deprimido, lentificado Labilidade emocional; pode haver humor deprimido

Como tratar a depressão em idosos?

O tratamento medicamentoso para a depressão em idosos deve ser feito com cuidado, devido ao risco elevado de efeitos adversos e interações medicamentosas.

Quando indicado, os antidepressivos devem ser iniciados em baixas doses, com aumentos lentos e progressivos.

Os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS) são a primeira escolha devido ao melhor perfil de segurança.

Antidepressivos tricíclicos, por outro lado, devem ser evitados pelo risco de sedação e efeitos anticolinérgicos.

Para saber mais

Ouço nosso episódio para revisar o diagnóstico de depressão:

Referências

  1. Kok RM, Reynolds CF 3rd. Management of Depression in Older Adults: A Review. JAMA. 2017 May 23;317(20):2114-2122. doi: 10.1001/jama.2017.5706
  2. Van Damme A, Declercq T, Lemey L, Tandt H, Petrovic M. Late-life depression: issues for the general practitioner. Int J Gen Med. 2018 Mar 29;11:113-120. doi: 10.2147/IJGM.S154876. PMID: 29636629
  3. 2019 American Geriatrics Society Beers Criteria®️ Update Expert Panel. American Geriatrics Society 2019 Updated AGS Beers Criteria®️ for Potentially Inappropriate Medication Use in Older Adults. J Am Geriatr Soc. 2019 Apr;67(4):674-694. doi: 10.1111/jgs.15767.
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