Exsudato vs Transudato no Derrame Pleural: Como diferenciar?

Exsudato vs Transudato no Derrame Pleural: Como diferenciar?
29/09/2024
4 min

Entenda as diferenças entre exsudato e transudato no derrame pleural e os principais critérios laboratoriais para sua identificação.


Como diferenciar Transudato de Exsudato?

A distinção entre exsudato e transudato no derrame pleural se baseia nas características bioquímicas do líquido pleural.

Os critérios de Light são amplamente utilizados para essa diferenciação.

Critérios de Light (1 presente = exsudato)
Proteína líquido pleural/proteína sérica> 0,5
DHL líquido pleural/DHL sérico> 0,6
DHL líquido pleural> 2/3 do limite superior do valor sérico normal

Além dos critérios de Light, há outros parâmetros que consideram colesterol e proteína. Esses critérios são equivalentes ao Light em termos de sensibilidade. 

Colesterol no líquido pleural> 40-55 mg/dL
Proteína no líquido pleural> 3 g/dL

Cuidados na análise

  • O derrame pode estar associado a duas condições: insuficiência cardíaca (IC) e pneumonia.
  • Existem etiologias, como a amiloidose, que podem causar ambos os tipos de derrame.
  • A IC geralmente apresenta transudato, mas após o uso de diuréticos, os critérios podem sugerir exsudato.
  • Líquido hemático, como no caso de um acidente de punção, pode elevar os níveis de DHL.

Pacientes em uso de diuréticos

O uso de diuréticos pode levar ao aumento da concentração de proteínas no líquido pleural, o que pode confundir a diferenciação.

Nesses casos, outros parâmetros podem indicar transudato:

  • albumina soro - albumina pleural > 1,2 g/dL
  • proteína soro - proteína pleural > 2,5 - 3,1

    Etilogias comuns

    Etiologias de exsudato indicam que o problema está na pleura. Alguns exemplos clássicos:

    • parapneumônico,
    • tuberculose,
    • malignidade,
    • doenças auto-imunes,
    • medicações,
    • tromboembolismo,
    • pancreatite

    Enquanto etiologias de Transudato inficam problema fora da pleura. Como:

    • síndrome nefrótica,
    • insuficiência cardíaca,
    • cirrose,
    • mixedema.

    Para saber mais

    Ouça nosso episódio especial do TdC Lab:

    E acesse o site do Tá de Clinicagem para conferir nosso Show Note com mais detalhes sobre o tema. 

    Referências

    1. Feller-Kopman, D., & Light, R. (2018). Pleural disease. New England Journal of Medicine, 378(8), 740-751.
    2. Bhatnagar, R., & Maskell, N. (2015). The modern diagnosis and management of pleural effusions. bmj, 351.
    3. Tian, P., Qiu, R., Wang, M., Xu, S., Cao, L., Yang, P., & Li, W. (2021). Prevalence, Causes, and Health Care Burden of Pleural Effusions Among Hospitalized Adults in China. JAMA Network Open, 4(8), e2120306-e2120306.
    4. Maskell, N. (2010). British thoracic society pleural disease guidelines-2010 update. Thorax, 65(8), 667-669.
    5. Light, R. W. (1995). A new classification of parapneumonic effusions and empyema. Chest, 108(2), 299-301.
    6. Jany, B., & Welte, T. (2019). Pleural effusion in adults—etiology, diagnosis, and treatment. Deutsches Ärzteblatt International, 116(21), 377.
    7. Rooper, L. M., Ali, S. Z., & Olson, M. T. (2014). A minimum fluid volume of 75 mL is needed to ensure adequacy in a pleural effusion: a retrospective analysis of 2540 cases. Cancer cytopathology, 122(9), 657-665.
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