A febre em pacientes com lúpus pode ser tanto sinal de atividade da doença quanto de infecção. Aprenda como diferenciar essas condições para evitar tratamentos inadequados.
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Obter descontos!Doença ativa ou infecção?
A febre é um sintoma comum em pacientes com lúpus, mas determinar sua causa pode ser um desafio.
A distinção correta é fundamental para guiar o tratamento, especialmente devido ao uso de medicações imunosupressoras no manejo do Lúpus, que podem agravar infecções.
Nesse contextos, muitas vezes será necessário adiar temporariamente o tratamento imunossupressor.
Quando suspeitar de infecção?
Suspeitar de infecção é essencial, principalmente se alguns sinais clínicos específicos estiverem presentes. Confira as pistas mais importantes para identificar uma possível infecção:
- PCR significativamente aumentada (> 5 - 6 mg/dL).
- Razão VHS/PCR < 2.
- Febre persistente que não melhora com o uso de antipiréticos.
- Relação plaqueta/linfócito elevada (> 150 - 250).
- Relação neutrófilo/linfócito elevada (> 3,5 - 5,0).
Atenção: Os pontos de corte citados acima não são totalmente consensuais na literatura.
Outros fatores a serem considerados
Além das cinco principais pistas, alguns outros dados podem ajudar a diferenciar entre infecção e atividade da doença no lúpus. Isso inclui:
- Dados objetivos de infecção na história clínica e exames complementares;
- Histórico de atividade de doença prévia;
- Dosagem de Anti-DNA de fita dupla e consumo de complemento (C3 e C4), que apontam mais para a atividade da doença.
Conclusão
Distinguir entre infecção e atividade do lúpus é essencial para evitar tratamentos inadequados, como o uso de imunossupressores durante uma infecção.
Monitorar os sinais e realizar exames adequados são passos cruciais no manejo desses pacientes.
Referências
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