Manejo de Paciente com Pneumonia Recorrente

Manejo de Paciente com Pneumonia Recorrente
21/11/2024
5 min

Paciente com episódios recorrentes de pneumonia exige uma avaliação detalhada. Explore as possíveis causas anatômicas e imunodeficiências.


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Infecções recorrentes

Ao avaliar um paciente com histórico de infecções recorrentes, é fundamental considerar duas possibilidades principais:

  1. Há algum fator anatômico que predisponha ao quadro?
  2. Existe a presença de alguma imunodeficiência?

Alterações anatomofuncionais

Algumas alterações anatomofuncionais podem favorecer a repetição de infecções em determinados sítios. Exemplos incluem:

Insuficiência venosa crônica Celulite
Refluxo vesicoureteral Pielonefrite
Obstrução brônquica Pneumonia

Imunodeficiência

Em casos de diferentes tipos de infecções, a imunodeficiência deve ser considerada.

Em adultos, as imunodeficiências secundárias são as mais comuns, podendo ser associadas a condições como HIV, diabetes mellitus, síndrome nefrótica, desnutrição, uso de imunossupressores e neoplasias.

Imunodeficiências primárias: sinais de alerta

Embora mais raras em adultos, as imunodeficiências primárias não devem ser descartadas.

Sinais de alarme para imunodeficiência primárias:

  • duas ou mais otites por ano
  • duas ou mais sinusites por ano, na ausência de alergia
  • uma pneumonia por ano, por mais de um ano
  • diarreia crônica com perda de peso
  • infecções virais de repetição
  • uso de antibiótico endovenoso de repetição
  • abscessos profundos de repetição
  • monilíase persistente ou infecções fúngicas
  • infecção por Mycobacterium tuberculosis ou atípica
  • história familiar positiva para imunodeficiência

Padrões de apresentação das imunodeficiências

Os três padrões mais frequentes associados aos diferentes tipos de imunodeficiência são:

  1. Defeitos em imunoglobulinas ou complemento:

    • Predisposição a infecções sinopulmonares, gastrointestinais, bacteremias e meningites.
    • Geralmente associadas a patógenos encapsulados.
  2. Defeitos nos granulócitos:

    • Tendência a infecções invasivas de pele e tecidos moles, com formação de abscessos.
    • Relacionadas principalmente a bactérias como Staphylococcus aureus e bacilos Gram-negativos.
  3. Defeitos na imunidade celular:

    • Vulnerabilidade a infecções por vírus "benignos", patógenos intracelulares e fungos.
    • Exemplos clássicos incluem citomegalovírus, vírus Epstein-Barr, micobactérias e fungos.

Avaliação complementar: quais exames solicitar?

Na suspeita de imunodeficiência primária, alguns exames são fundamentais:

  • avaliação dos anticorpos:
    • dosagem de IgG, IgM, IgA ± IgE
    • avaliação de resposta vacinal através de sorologias
  • avaliação básica da imunidade celular:
    • hemograma com diferencial.
  • avaliação do complemento:
    • Dosagem de CH50 ± C3 e C4.

Contudo, uma série de outros exames podem ser realizados, geralmente por especialistas. 

Não saia sem saber

  • Considere causas anatômicas ou imunodeficiências em infecções recorrentes.
  • Em adultos, as imunodeficiências secundárias são mais comuns.
  • Fique atento aos sinais de imunodeficiências primárias!

Para saber mais

Ouça nosso episódio que debate um caso clínico de uma pneumonia que não melhora:

Referências

  1. Pasternack, M. S. (2013). Approach to the adult with recurrent infections. Edited by Stiehm ER, Feldweg AM, Waltham MA. UpToDate.
  2. Oliveira, J. B., & Fleisher, T. A. (2010). Laboratory evaluation of primary immunodeficiencies. Journal of Allergy and Clinical Immunology, 125(2), S297-S305.
  3. https://asbai.org.br/wp-content/uploads/2015/12/2019-12-05-SINAIS-DE-ALERTA-IDP_LEIGOS.pdf
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