Paralisia Facial Súbita: causas e tratamento

Paralisia Facial Súbita: causas e tratamento
29/09/2024
5 min

Entenda as causas, como a Paralisia de Bell, e os tratamentos disponíveis para esse quadro.


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Causas de paralisia facial súbita

A paralisia facial de início súbito pode ser indicativa de Paralisia de Bell, uma condição que acomete o nervo facial (VII par craniano), responsável pelas funções motoras e sensoriais da face.

Embora a etiologia permaneça incerta, o acometimento está frequentemente associada a:

  • Reativação viral, especialmente o herpes-vírus humanos tipos 1 (HSV-1);
  • Gestação e puerpério, com um risco aproximadamente três vezes maior no terceiro trimestre e no puerpério imediato;
  • Diabetes mellitus e hipertensão arterial sistêmica.

Quadro Clínico da Paralisia de Bell

O quadro clínico está diretamente relacionado ao comprometimento das funções desempenhadas pelo nervo facial, incluindo:

Motora Musculatura da mímica facial e do platisma
Sensitiva Sensibilidade gustatória e somática em parte do meato acústico externo
Autonômico Salivação e lacrimação

Quais são os sinais de paralisia facial periférica?

Para determinar se a paralisia é periférica e típica da Paralisia de Bell, é necessário avaliar:

  • envolvimento da porção superior e inferior da face;
  • perda de gustação e redução da lacrimação;
  • início súbito com progressão em até 3 semanas.

Quando suspeitar de outro diagnóstico?

Existem sinais de alerta que indicam a necessidade de investigar outras causas para a paralisia facial:

  • Tempo:
    • Início gradual ou ictal
    • Sem melhora após 3 meses
  • Clínica:
    • Paralisia Facial Bilateral
    • Acometimento de outros Nervos Cranianos; Alteração no exame neurológico somático (ex: hemiparesia, arreflexia)
    • Infecções, Neoplasias e Suspeita de infecção por HIV

Tratamento da Paralisia de Bell

É fundamental orientar o paciente sobre o caráter benigno da condição, o curso natural do quadro e as perspectivas de recuperação. Apesar de geralmente favorável, o prognóstico pode variar.

O tratamento farmacológico com corticosteroides tem recomendação nível A.

Prednisona 60 mg/dia por 5 dias

Seguida por redução gradual de 10 mg/dia ao longo de 5 dias.

Não esqueça os cuidados oculares: medidas como lubrificação ocular e oclusão noturna são indispensáveis para prevenir complicações oftalmológicas, especialmente em casos de má oclusão palpebral.

O uso de antivirais apresenta recomendação nível C, conforme a American Academy of Neurology (2012). Em casos de paralisia facial severa, sugere-se a associação de valaciclovir 1 g a cada 8 horas por 7 dias com corticosteroides, embora o benefício seja incerto. O uso isolado de antivirais, entretanto, não demonstra eficácia comprovada.

Referências

  1. Reich, S. G. (2017). Bell’s Palsy. CONTINUUM: Lifelong Learning in Neurology, 23(2), 447–466
  2. Gronseth, G. S., Paduga, R., & American Academy of Neurology (2012). Evidence-based guideline update: steroids and antivirals for Bell palsy: report of the Guideline Development Subcommittee of the American Academy of Neurology. Neurology, 79(22), 2209–2213.
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