O sangramento gastrointestinal é uma complicação comum em pacientes internados na UTI. A profilaxia com IBP é essencial, mas deve ser usada com cautela para evitar riscos adicionais.
Introdução
O sangramento gastrointestinal é uma complicação que ocorre especialmente aqueles na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A profilaxia é crucial para evitar complicações graves e potencialmente fatais.
Complicações em Pacientes de UTI
Pacientes internados na UTI apresentam um risco maior de desenvolver sangramentos gastrointestinais, principalmente devido ao estresse fisiológico e às condições críticas em que se encontram. Os Inibidores de Bomba de Prótons (IBP) são a classe de medicamentos de escolha para prevenir úlceras de estresse. No entanto, é importante considerar os riscos associados ao uso prolongado e indiscriminado desses medicamentos.
Fatores de Risco para Úlceras de Estresse
A profilaxia de úlceras de estresse é particularmente indicada para pacientes que apresentam:
- Ventilação invasiva por mais de 48 horas
- Coagulopatia, caracterizada por INR acima de 1,5, TTPA duas vezes o valor de controle ou plaquetas abaixo de 50.000
- Hepatopatia crônica
Essas condições aumentam significativamente o risco de sangramento, justificando o uso de profilaxia com IBP.
Fatores de Risco com Menos Evidência
Outros fatores, como choque, disfunção renal com terapia de substituição, uso de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e anticoagulantes, também são associados ao risco de úlceras de estresse, mas há menos evidências que suportem a profilaxia nesses casos. Portanto, a decisão de usar IBP deve ser cuidadosamente avaliada pelo médico.
Pacientes Não Críticos
Em pacientes clínicos não críticos, as taxas de sangramento por úlcera de estresse são baixas, e as evidências de benefício da profilaxia com IBP são mais fracas. A Sociedade de Medicina Hospitalar recomenda que, em geral, não se prescrevam IBP para esses pacientes, a menos que haja uma indicação específica.
Preocupações com o Uso Prolongado de IBP
O uso prolongado de IBP, especialmente após a alta hospitalar, pode estar associado a riscos significativos, incluindo um aumento do risco de pneumonia nosocomial e infecção por Clostridioides difficile. Portanto, é essencial que o uso desses medicamentos seja revisado regularmente para garantir que ainda seja necessário.