O que você precisa saber sobre o Rituximab

O que você precisa saber sobre o Rituximab
Luisa Sousa
21/10/2024
7 min

O rituximab é um anticorpo monoclonal usado no tratamento de doenças como linfoma, artrite reumatoide e nefropatia membranosa. Entenda seu mecanismo de ação, indicações e muito mais.


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O que é o Rituximab?

É um anticorpo monoclonal quimérico de camundongo/humano que atua diretamente contra o antígeno CD20, presente na superfície dos linfócitos B. 

Indicado principalmente para o tratamento de condições hematológicas e doenças autoimunes. 

Qual mecanismo de ação?

A medicação promove morte celular ao se ligar ao CD20, levando a redução dos linfócitos B e de outras células que também expressam o CD20, como as células dos linfomas.

Quando indicar?

O rituximab é usado no tratamento de diversas doenças, englobando várias especialidades.

Hematologia
  • Linfoma não Hodgkin
  • Leucemia linfocítica crônica
  • Trombocitopenia e anemia hemolítica autoimune refratárias
Reumatologia
  • Artrite reumatoide
  • Poliangeíte microscópica
  • Granulomatose com poliangeíte
  • Dermatomiosite e polimiosite*
  • Doença relacionada à IgG4*
  • Esclerose sistêmica grave*
Nefrologia e Dermatologia
  • Nefropatia membranosa
  • Pênfigo vulgar

*Tratamento em casos refratários

Reações Adversas

Apesar de sua eficácia em vários cenários, é importante monitorar os pacientes devido ao risco de reações adversas significativas. 

Reativação da Hepatite B

Pode causar reativação em pacientes que já tiveram contato com o vírus:

  • HBsAg positivo: Reativação típica.
  • HBsAg negativo e anti-HBc positivo: Soroconversão reversa.

Por isso é necessário, antes do início do tratamento, pesquisar infecção pelo vírus B e monitorizar durante a terapia e pelo menos 2 anos após. 

Hipogamaglobulinemia e Infecções

O rituximab pode reduzir os níveis de imunoglobulinas, o que aumenta o risco de infecções virais e oportunistas.

Infecções virais novas ou reativadas Varicela zoster, citomegalovírus, herpes simples, hepatites B e C
Infecções oportunistas Pneumocistose, meningite criptocócica

Leucoencefalopatia multifocal progressiva (LEMP)

A LEMP é uma doença grave causada pela reativação do vírus JC. Sua ocorrência foi descrita principalmente dentro de 12 meses após a última dose de rituximab. 

Reações adversas relacionadas à infusão

Pode provocar durante a infusão intravenosa:

  • Tosse, broncoespasmo
  • Angioedema, urticária
  • Hipotensão, hipóxia
  • Síndrome do desconforto respiratório agudo
  • Arritmias, infarto

Para mininizar os riscos, indica-se a infusão lenta e diluição adequada do medicamento. Outra opção é utilizar analgésicos, anti-histamínicos e corticoides de maneira prévia a infusão. E monitorar constantemente o paciente. 

Como avaliar a eficácia do rituximab?

A eficácia do tratamento com rituximab é medida pela dosagem do CD19, que é um marcador de superfície das células B.

Isso permite verificar a depleção dessas células, indicando o sucesso da terapia.

Referências

  1. Plosker, G.L., Figgitt, D.P. Rituximab. Drugs 63, 803–843 (2003).
  2. Casanova Estruch, B. (2013). Safety profile and practical considerations of monoclonal antibody treatment. Neurologia, 28, pp. 169-178.
  3. Rituximabe para o tratamento da artrite reumatoide: Revisão sistemática. Revista Brasileira de Reumatologia, Volume 54, Issue 3, 2014,
  4. Recomendações da Sociedade Brasileira de Reumatologia para a terapia de indução para vasculite associada a ANCA, Revista Brasileira de Reumatologia, V 57, Supplement 2, 2017
  5. Dermatomiosite e polimiosite: da imunopatologia à imunoterapia (imunobiológicos), Revista Brasileira de Reumatologia, Volume 53, Issue 1, 2013
  6. Bergantini, L., d’Alessandro, M., Cameli, P. et al. Effects of rituximab therapy on B cell differentiation and depletion. Clin Rheumatol 39, 1415–1421 (2020).
  7. Eves AM, Jovanovic BD, Su YC, et al. Rituximab-associated hepatitis B virus (HBV) reactivation in lymphoproliferative diseases: meta-analysis and examination of FDA safety reports. Ann Oncol. 2011;22(5):1170-1180.
  8. Reações infusionais imediatas a agentes imunobiológicos endovenosos no tratamento de doenças autoimunes: experiência de 2.126 procedimentos em um centro de infusão não oncológico, Revista Brasileira de Reumatologia, Volume 54, Issue 2, 2014
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