Sacubitril + Valsartana agora disponível no SUS: veja as indicações

Sacubitril + Valsartana agora disponível no SUS: veja as indicações
22/09/2024
5 min

Sacubitril + Valsartana, indicado para insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida, agora faz parte do Sistema Único de Saúde (SUS). Veja suas principais recomendações.


O que é Sacubitril + Valsartana?

Sacubitril + Valsartana é uma medicação que combina dois mecanismos de ação:

SacubitrilInibidor da neprilisina, uma enzima que decompõe peptídeos importantes, como o peptídeo natriurético e a bradicinina
ValsartanaAntagonista dos receptores de angiotensina II, atuando no controle da pressão arterial e na proteção cardíaca

Essa combinação pertence à classe dos ARNI (Inibidores da Neprilisina e Receptor de Angiotensina).

Para quem o Sacubitril + Valsartana é indicado?

A medicação é indicada para pacientes com Insuficiência Cardíaca de Fração de Ejeção Reduzida (ICFER).

Estudos, como o PARADIGM-HF, demonstraram que o uso de Sacubitril + Valsartana reduz a mortalidade cardiovascular e o número de internações por insuficiência cardíaca.

Quais são as diretrizes internacionais para uso do ARNI?

  • AHA 2022: recomendação IA para iniciar ARNI em pacientes com ICFER nas classes II ou III da NYHA (New York Heart Association).
  • ESC 2021: também recomenda o ARNI, mas com recomendação IIB, para pacientes com ICFER.

Como o uso do ARNI é recomendado no Brasil?

No Brasil, as diretrizes de tratamento da insuficiência cardíaca foram atualizadas em 2021.

A nova orientação é iniciar a terapia com Sacubitril + Valsartana em pacientes com ICFER sintomática, ao invés de utilizar inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) ou bloqueadores dos receptores de angiotensina (BRA).

Esta recomendação é classificada como IIA, ou seja, fortemente sugerida.

Disponibilização no SUS

O Sacubitril + Valsartana já está disponível no SUS.

O medicamento será fornecido pelas farmácias de alto custo, destinado a pacientes que cumpram critérios específicos de elegibilidade.

Esta medida amplia o acesso à terapia e melhora o tratamento de quem sofre de insuficiência cardíaca.

Para saber mais

Para revisar sobre insuficiência cardíaca, ouça nosso episódio sobre o tratamento ambulatorial:

Referências

  1. Comitê Coordenador da Diretriz de Insuficiência Cardíaca et al. “Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica e Aguda.” Arquivos brasileiros de cardiologia vol. 111,3 (2018): 436-539.
  2. Heidenreich PA, et al. 2022 AHA/ACC/HFSA guideline for the management of heart failure: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. Circulation. 2022;145:e895–e1032.
  3. Marcondes-Braga FG, Moura LAZ, Issa VS, Vieira JL, Rohde LE, Simões MV, Fernandes-Silva MM, et al. Atualização de Tópicos Emergentes da Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca – 2021. Arq. Bras. Cardiol. 2021;116(6).
  4. Theresa A McDonagh, et al. 2021 ESC Guidelines for the diagnosis and treatment of acute and chronic heart failure: Developed by the Task Force for the diagnosis and treatment of acute and chronic heart failure of the European Society of Cardiology (ESC) With the special contribution of the Heart Failure Association (HFA) of the ESC, European Heart Journal, Volume 42, Issue 36, 21 September 2021, Pages 3599–3726.
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