A síndrome neuroléptica é uma reação adversa grave ao uso de antipsicóticos. Conheça seus principais sintomas, métodos de diagnóstico e as opções de tratamento disponíveis.
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Obter descontos!O que é Síndrome Neuroléptica?
A síndrome neuroléptica é uma condição grave associada ao uso de antipsicóticos, especialmente os de alta potência. No entanto, pode ocorrer com qualquer medicamento dessa classe.
A incidência é de 0,2 a 3%, sendo mais comum no início do tratamento ou com o aumento da dose.
É uma reação idiossincrática, mas o risco aumenta com doses elevadas ou combinação de antipsicóticos.
Quais são os Sintomas Clássicos?
Os achados clássicos incluem:
- hipertermia (> 38°C)
- rigidez muscular
- alteração do estado mental
- disautonomia (taquicardia, sudorese, alterações na pressão arterial)
Achados Laboratoriais
- Elevação da creatinofosfoquinase (CPK): que pode levar à rabdomiólise.
- Mioglobinúria: indicando destruição muscular.
- Leucocitose
- Injúria renal aguda: com hipocalcemia e hipercalemia.
Como Diagnosticar a Síndrome Neuroléptica?
O diagnóstico da síndrome neuroléptica é desafiador devido à sua raridade e apresentação variável.
Não existe um exame específico ou escore que confirme o diagnóstico. Portanto, é essencial manter uma alta suspeita em pacientes com sintomas compatíveis e que estejam usando antipsicóticos.
Diagnósticos Diferenciais
É importante diferenciar pela histórica clínica:
- síndrome serotoninérgica
- hipertermia maligna
- intoxicações exógenas
- infecções do sistema nervoso central (para essas, pode ser necessário solicitar TC e/ou análise de líquor)
Qual é o Tratamento Geral?
O tratamento imediato e crucial é a suspensão do antipsicótico.
Além disso, deve-se:
- medidas de controle da hipertemia como compressas e lençóis gelados,
- hidratação EV especialmente em casos de rabdomiólise associada,
- correção de distúrbios eletrolíticos.
Qual a relação com o ferro?
Durante os episódios da síndrome, há uma diminuição dos níveis de ferro sérico.
Apesar da alta sensibilidade observada em 85-96% dos casos, a especificidade é baixa.
Após a resolução do quadro, os níveis de ferro voltam ao normal.
A fisiopatologia ainda não está totalmente esclarecida, mas acredita-se que exista uma relação com os receptores dopaminérgicos.
Referências
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