O tratamento da infecção por Clostridioides difficile (C. difficile) envolve diagnóstico preciso, medidas de isolamento, avaliação da gravidade e opções terapêuticas como vancomicina e metronidazol. Novidades incluem o bezlotoxumabe e o transplante de microbiota fecal.
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Obter descontos!Como diagnosticar a infecção por C. difficile?
O diagnóstico requer a solicitação da glutamato desidrogenase (GDH) e das toxinas A e B.
Se ambos os testes forem positivos, o diagnóstico de infecção é confirmado.
Em casos de resultados conflitantes e com disponibilidade de PCR, este pode ser utilizado para confirmar a infecção.
Na ausência de PCR, é fundamental correlacionar os resultados laboratoriais com o quadro clínico do paciente para assegurar um diagnóstico preciso.
Por que o isolamento é importante?
Isolamento de contato deve ser iniciado ao primeiro sinal de suspeita de infecção.
O isolamento deve ser mantido por pelo menos 48 horas após a resolução da diarreia.
Em algumas instituições, o isolamento pode durar até o término completo do tratamento, conforme o protocolo local.
É crucial que a higienização das mãos seja feita com água e sabão, garantindo a eficácia da prevenção de disseminação.
Como avaliar a gravidade da infecção?
A avaliação da gravidade é essencial para determinar o tratamento adequado:
- Leve: Pacientes com estabilidade hemodinâmica, leucócitos abaixo de 15.000 e creatinina menor que 1.5.
- Grave: Leucócitos acima de 15.000 ou creatinina superior a 1.5.
- Fulminante: Caracteriza-se por instabilidade hemodinâmica, íleo paralítico ou megacólon.
Quais são as opções de tratamento para casos leves e graves?
A primeira opção é:
Vancomicina VO 125 mg a cada 6 horas por 10 dias |
O Metronidazol via oral, 500 mg a cada 8 horas por 10 dias, também pode ser considerado, especialmente em casos leves.
Além disso, é importante suspender o antibiótico relacionado ao quadro clínico o mais rápido possível para evitar complicações.
Como tratar casos fulminantes?
Em casos fulminantes, é indicado uma dose maior de vancomicina via oral (500 mg a cada 6 horas).
Pode-se considerar a associação com metronidazol endovenoso (500 mg a cada 8 horas).
Para pacientes com íleo paralítico, é possível administrar vancomicina por enema, além da via oral.
A equipe de cirurgia e infectologia deve ser contatada imediatamente.
O que fazer em casos de doença recorrente?
A recorrência dos sintomas geralmente ocorre dentro de 8 semanas após o término do tratamento.
Aproximadamente 20% dos pacientes apresentam recorrência, mesmo com tratamento adequado.
Nesse caso, um novo curso de vancomicina via oral por 10 dias pode ser necessário ou um regime estendido com descalonamento gradual.
Quais são as novidades no tratamento?
Duas abordagens recentes têm se destacado:
- Bezlotoxumabe: Um anticorpo monoclonal contra a toxina B, aprovado pela FDA em 2016, é utilizado junto com a antibioticoterapia para evitar recorrências, especialmente em pacientes de alto risco.
- Transplante de microbiota fecal: Este procedimento é principalmente indicado a partir do segundo episódio de recorrência, podendo ser realizado por via oral (cápsula) ou colonoscopia.
Referências
- ACG Clinical Guidelines: Prevention, Diagnosis, and Treatment of Clostridioides difficile Infections 2021.
- Clostridium difficile infection: review. European Journal of Clinical Microbiology & Infectious Diseases; 2019; 38(7): 1211–1221.
- Clinical Practice Guideline by the Infectious Diseases Society of America (IDSA) and Society for Healthcare Epidemiology of America (SHEA): 2021 Focused Update Guidelines on Management of Clostridioides difficile Infection in Adults
- Kanika Sehgal, MBBS; Adam S. Cifu, MD. Treatment of Clostridioides difficile Infection - JAMA. 2022;328(9):881-882. doi:10.1001/jama.2022.12251
- Krishna Rao, etl al. Diagnosis and Treatment of Clostridioides (Clostridium) difficile Infection in Adults in 2020. JAMA
- Daniel A. Leffler, and J. Thomas Lamont. Clostridium difficile Infection. N Engl J Med 2015; 372:1539-1548. DOI: 10.1056/NEJMra1403772
- J Thomas Lamont, et al. Clostridioides difficile infection in adults: Treatment and prevention UpToDate 2022
- J Thomas Lamont, et al. Clostridioides difficile infection in adults: Clinical manifestations and diagnosis. UpToDate 2022