Videolaringoscopia versus Laringoscopia Direta no Paciente Crítico

Criado em: 10 de Julho de 2023 Autor: Kaue Malpighi

O videolaringoscópio (VL) é reconhecido como uma ferramenta para otimizar a visualização durante a intubação. Sua capacidade de reduzir falhas na primeira tentativa de intubação ainda é uma dúvida. Em junho de 2023, foi publicado o estudo DEVICE no New England Journal of Medicine, avaliando o uso do VL na intubação [1]. Este tópico revisa a técnica de videolaringoscopia e traz detalhes do estudo.

Tipos de videolaringoscópio

Existem algumas empresas que produzem videolaringoscópios, sendo as principais marcas o C-MAC (da Karl Storz™) e o GlideScope (da Verathon™). Os VL devem ser classificados de acordo com o formato da lâmina (veja figura 1) e a técnica de laringoscopia varia de acordo com essa classificação:

  • Lâmina com geometria padrão - como a lâmina Macintosh dos laringoscópios diretos (lâmina curva padrão)
  • Lâmina hiperangulada - presença de uma angulação (por volta de 60º) na ponta da lâmina, criada para otimizar a visão laríngea
Figura 1
Exemplos de videolaringoscópios
Exemplos de videolaringoscópios

Além disso, as lâminas curvas podem ter presença de um canal para guiar a passagem do tubo orotraqueal.

Os potenciais benefícios da videolaringoscopia são [2-4]:

  • Otimização da visualização laríngea
  • Visualização da via aérea por profissionais auxiliares
  • Documentação para uso acadêmico
  • Potencial benefício no sucesso na primeira tentativa de intubação

O VL é empregado principalmente em pacientes com preditores de via aérea difícil e sua taxa de sucesso depende do treinamento do operador [5]. A técnica de videolaringoscopia difere da laringoscopia direta (LD).

O que muda na técnica de videolaringoscopia?

Ser treinado no uso da laringoscopia direta não garante sucesso no uso do VL [6]. Características técnicas da videolaringoscopia devem ser reconhecidas especialmente de acordo com a lâmina utilizada (padrão ou hiperangulada).

Algumas particularidades da videolaringoscopia são comuns para as lâminas padrão e hiperanguladas:

  • A lâmina deve ser introduzida pela linha média da língua, permitindo o reconhecimento adequado das estruturas no vídeo (úvula, base da língua, epiglote e laringe). Essa posição otimiza a centralização da ponta do laringoscópio na valécula, ajudando no engajamento do ligamento hioepiglótico (veja figura 2).
  • O fio guia deve ser moldado para respeitar a curvatura da lâmina, principalmente nas hiperanguladas. Caso contrário, a passagem do tubo pode ser difícil, já que a língua não é lateralizada na técnica de videolaringoscopia.
Figura 2
Visualização do ligamento hioepiglótico
Visualização do ligamento hioepiglótico

Lâminas com geometria padrão

Em geral, os passos para laringoscopia e a passagem do tubo tendem a seguir os padrões da laringoscopia direta. A lâmina pode ser introduzida na linha média da língua ou conforme técnica de laringoscopia direta.

Pelo trajeto mais retilíneo da lâmina, o fio guia pode ser usado no formato tradicional straight-to-cuff (ponta angulada 25º com corpo reto) ou com angulação semelhante à lâmina.

O uso do bougie também é padrão (retilíneo ou com extremidade distal curvada em até 60º), tomando cuidado com deflexões na lâmina e com sua impactação nos anéis traqueais que podem impedir sua progressão.

Lâminas hiperanguladas

A lâmina deve ser introduzida na linha média da língua, reconhecendo os marcos anatômicos pelo vídeo (úvula e pilares amigdalianos) ao avançar. A lateralização da língua como na laringoscopia direta pode dificultar esse reconhecimento.

A lâmina deve ser avançada até a visualização da epiglote, com objetivo de reconhecimento da valécula e engajamento do ligamento hioepiglótico para a elevação da epiglote.

Ao elevar a epiglote, a visualização da via aérea (laringe e pregas vocais) deve ser mantida na metade superior da tela do vídeo. Essa é a visualização ideal por não prejudicar a passagem do tubo (veja figura 3). Manter a via aérea mais próxima ou na parte inferior do vídeo, reduz o ângulo entre a lâmina e traqueia , dificultando a passagem do tubo (veja esse vídeo exemplificando a visualização ideal com o videolaringoscópio).

Figura 3
Otimização da visualização usando videolaringoscópio para adequada passagem do tubo orotraqueal
Otimização da visualização usando videolaringoscópio para adequada passagem do tubo orotraqueal

O fio guia rígido deve ser moldado com o tubo para se adaptar à curvatura da lâmina. Aconselha-se lubrificar o fio guia para facilitar sua retirada do tubo. Ao atingir as pregas vocais, o tubo pode ficar impactado na traqueia anterior devido sua angulação. Neste momento, o fio guia deve ser gradualmente retirado por um assistente enquanto o operador introduz o tubo.

Com a lâmina hiperangulada, o uso do bougie pode ser dificultado por deflexões associadas à curvatura da lâmina (veja esse vídeo sobre o uso do bougie com o VL do dr. George Kovacs, minuto 13:06).

Veja também esse vídeo do Dr. Richard Levitan sobre a videolaringoscopia completa usando uma lâmina hiperangulada.

O que o estudo encontrou?

O estudo DEVICE foi um estudo controlado randomizado, multicêntrico em hospitais americanos, não cego, que comparou o uso do VL com a laringoscopia direta em pacientes adultos críticos [1].

O modelo do VL e tipo de lâmina eram determinados pelo operador. Fio guia ou bougie eram recomendados nos dois grupos.

O desfecho primário avaliado foi sucesso na primeira tentativa de intubação. Complicações graves foram avaliadas como desfechos secundários (hipoxemia < 80%, hipotensão com pressão sistólica < 65 mmHg, uso de vasopressor, parada cardíaca ou morte).

O estudo foi interrompido precocemente na primeira análise interina pré-especificada (1000 pacientes randomizados), pois a taxa de sucesso na primeira tentativa foi significativamente maior com o uso de VL (85,1% vs. 70,8%, diferença absoluta do risco 9,9 - 18,7, IC 95%, p < 0,001). A visualização das pregas vocais também foi melhor com o VL (grau 1 da classificação de Cormack-Lehane). Não houve diferença significativa do desfecho secundário.

A maioria dos operadores tinha alguma experiência com uso de VL, muitos deles médicos em formação, como residentes e fellows. Isso indica um aumento na disponibilidade do VL e uma maior ênfase em treinamentos para seu uso em certos centros nos Estados Unidos.

A incidência de falha na primeira tentativa associada a erro de passagem do bougie ou fio guia foi semelhante entre VL e laringoscopia direta (7,0% vs 7,2%). Isso também pode ser explicado pela familiaridade crescente com o uso de VL. Em estudos prévios, dificuldades na passagem do tubo com fio guia ou passagem do bougie podem ter reduzido o impacto da VL no sucesso na primeira tentativa.

Este estudo cria um novo paradigma - com operadores treinados, usar VL parece otimizar o sucesso na primeira tentativa de intubação, o que sabidamente reduz eventos adversos associados ao procedimento. Apesar do VL ter limitações de disponibilidade, locais com esse recurso devem ter programas de treinamento e o uso deve ser considerado em primeira tentativa, mesmo fora do contexto de via aérea difícil.

DPOC Refratária e Dupilumabe

Criado em: 10 de Julho de 2023 Autor: Marcela Belleza

Em maio de 2023, o New England Journal of Medicine (NEJM) publicou um trabalho com dupilumabe para o tratamento de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) com alto risco de exacerbação [1]. Aproveitando a publicação, este tópico revisa o tratamento dessa fase da doença e a possível aplicação da nova medicação.

Como avaliar o paciente com DPOC refratária?

Pacientes com DPOC são classificados de acordo com a gravidade da doença. A intensidade dos sintomas e o risco de exacerbação são os principais determinantes de gravidade e servem como guia para a escolha de terapia [2]. A nova classificação do Global Initiative for Chronic Lung Disease (GOLD) para os pacientes com diagnóstico de DPOC foi abordada na revisão Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica - GOLD 2023. A tabela 1 resume as principais recomendações.

Figura 1
Terapia farmacológica inicial na DPOC
Terapia farmacológica inicial na DPOC

A publicação de 2023 do GOLD indica que indivíduos com DPOC e alto risco de exacerbação (classe GOLD-E) recebam terapia com duas classes de broncodilatadores inalatórios. Essa combinação deve ser feita com um beta agonista de longa ação (LABA) e um antimuscarínico de longa ação (LAMA) [2].

A terapia tripla inalatória para a DPOC envolve o uso de LABA e LAMA associados a um corticoide inalatório. Deve ser reservada para pacientes GOLD-E com eosinófilos em sangue periférico ≥ 300 células/µL ou que mantêm exacerbações apesar da terapia dupla inalatória e com eosinófilos ≥ 100 células/µL [2].

Alguns pacientes mantêm sintomas ou exacerbações apesar da terapia tripla. Nesses casos, três características devem ser avaliadas antes de considerar novos medicamentos [2, 3]:

  • Adesão à terapia inalatória e técnica adequada do uso dos dispositivos. A mudança do dispositivo pode ser benéfica.
  • Adesão às terapias não farmacológicas: cessação de tabagismo e exposições, terapia de reabilitação e vacinação (COVID, pneumococo, influenza e pertussis) devem ser lembradas para todos os pacientes. Alguns casos podem ter indicação de oxigenoterapia domiciliar.
  • Diagnósticos diferenciais para os sintomas: insuficiência cardíaca, asma, doença do refluxo gastroesofágico, bronquiectasia.

Quais são as opções além da terapia inalatória?

Azitromicina

Antibióticos da classe dos macrolídeos já foram estudados para controle de sintomas e exacerbações na DPOC refratária. A azitromicina é a droga mais estudada nesse contexto [4, 5].

A recomendação é para pacientes em terapia tripla inalatória que mantêm exacerbações. Após um ano de uso, a azitromicina foi associada a menor incidência de exacerbações. O benefício é maior em pacientes que não são tabagistas ativos [2].

Azitromicina pode ser usada em dose de 250 mg todos os dias ou 500 mg três vezes na semana. Eventos adversos como ototoxicidade, prolongamento do intervalo QT e aumento da resistência bacteriana devem ser considerados ao prescrever a medicação.

Roflumilast

Roflumilast é um inibidor da fosfodiesterase 4, que atua na redução da inflamação da via aérea. Seu uso na DPOC mostrou melhora da função pulmonar e diminuição de exacerbações moderadas a graves [6-8].

Está indicado para pacientes que mesmo em uso de terapia tripla inalatória apresentam exacerbações, volume expiratório forçado no primeiro segundo < 50% e bronquite crônica. Bronquite crônica é tosse produtiva por três meses em dois anos consecutivos. O benefício é maior quando as exacerbações levam à hospitalização. A dose inicial recomendada é de 250 mcg ao dia, com progressão para 500 mcg ao dia após quatro semanas [2].

Os principais efeitos adversos são gastrointestinais (náuseas, vômitos, dor abdominal) e neurológicos leves (cefaleia e alteração do sono). Deve ser usado com cuidado em pacientes com baixo peso e depressão.

Qual é a evidência para uso do dupilumabe na DPOC?

O dupilumabe é um anticorpo monoclonal humano que bloqueia os receptores de interleucinas 4 e 13. Seu uso já foi avaliado no tratamento de esofagite eosinofílica, dermatite atópica e asma [9-11].

Em maio de 2023, foi publicado um estudo de fase 3, randomizado e duplo cego para avaliação do dupilumabe em pacientes com DPOC [1]. Mais de 900 pacientes com DPOC foram randomizados entre o grupo placebo (GP) e dupilumabe (GD). Todos tinham exacerbação da doença no último ano (uma internação ou duas exacerbações moderadas), eosinófilos ≥ 300 células/µL e estavam em terapia tripla inalatória. Foram excluídos pacientes com asma.

Os pacientes do grupo dupilumabe receberam doses de 300 mg a cada duas semanas por 52 semanas. Após esse período, todos foram seguidos por mais 12 semanas. O desfecho primário observado foi a incidência de exacerbações.

O grupo que recebeu dupilumabe teve redução de exacerbações moderadas a graves comparado com placebo (0,78 vs 1,1 eventos anuais). Também foi observada melhora da qualidade de vida e de controle de sintomas, ambos avaliados por escalas específicas.

Os efeitos adversos mais comuns foram nasofaringite, infecção de trato respiratório superior e cefaléia. Não houve diferença significativa em mortalidade e na incidência de eventos adversos entre os grupos.

O dupilumabe parece ser uma nova possibilidade na DPOC com eosinofilia refratária à terapia tripla. São necessários novos estudos para validação do uso e aprovação pelas agências regulatórias. O custo elevado é um limitante à utilização na prática.

Síndromes e Cenários

Revisão de Adenoma de Hipófise

Criado em: 10 de Julho de 2023 Autor: Joanne Alves Moreira

Adenomas de hipófise são a causa mais comum de massas na sela túrcica, muitas vezes descobertos incidentalmente em ressonâncias de crânio. Em abril de 2023 o Journal of American Medical Association (JAMA) publicou uma revisão sobre adenomas de hipófise [1]. Este tópico revisa a apresentação clínica, o diagnóstico e o tratamento dessa condição.

Apresentação clínica

Os adenomas de hipófise (AH) são as neoplasias mais comuns da sela túrcica. A prevalência de AH clinicamente aparente na população geral é de aproximadamente 1 em cada 1100 pessoas. Esses tumores podem ser funcionantes - com secreção autônoma de hormônios - e não funcionantes. Eles são classificados em macro (≥ 10mm) e microadenomas (< 10mm). Os macroadenomas correspondem a 48% dos tumores [1].

Os tumores não funcionantes causam sintomas por compressão de estruturas, o que ocorre em 30% dos casos. O efeito de massa pode causar sintomas neurológicos ou deficiências hormonais por comprometimento do tecido hipofisário normal. Dentre os AH funcionantes, os sintomas podem ocorrer também pela produção hormonal, e são quatro tipos principais:

  • Prolactinoma - mais prevalente (53% dos casos)
  • Somatotrofinoma - adenomas produtores de GH (12%)
  • Corticotrofinoma - adenomas produtores de ACTH (4%)
  • Tirotrofinoma - tumores secretores de TSH (1%)

O prolactinoma é a causa mais comum de hiperprolactinemia. Em um estudo multicêntrico brasileiro com 1.234 indivíduos com hiperprolactinemia, os prolactinomas foram responsáveis por 56% dos casos, seguidos pela hiperprolactinemia induzida por drogas (14%) e a macroprolactinemia (9%). AH não funcionantes foram responsáveis por 6% dos casos [2].

Pessoas com hipopituitarismo devido a adenomas hipofisários têm um aumento de aproximadamente duas vezes na mortalidade por todas as causas em comparação com a população em geral (taxas absolutas não disponíveis) [3].

Quando há efeito de massa secundário aos macroadenomas, pode ocorrer cefaleia (17-75% dos pacientes), alteração de campo visual (18-78%) ou hipopituitarismo (34-89%) [4]. A alteração mais comum do campo visual é a hemianopsia temporal bilateral. Entre 4% e 10% dos pacientes apresentam apoplexia hipofisária, que consiste em hemorragia súbita dentro do tumor, caracterizada por cefaléia intensa e alteração no campo visual de início hiperagudo.

Tabela 1
Sinais e sintomas relacionados aos adenomas de hipófise
Sinais e sintomas relacionados aos adenomas de hipófise

Os principais sintomas relacionados ao excesso de hormônios em cada AH funcionante estão descritos na tabela 1.

Diagnóstico

Todos os pacientes com AH devem realizar avaliação laboratorial e neuroimagem. Sugere-se a dosagem de prolactina sérica, IGF-1, ACTH e do cortisol livre na urina de 24 horas. Os exames complementares estão listados na tabela 2.

Tabela 2
Avaliação laboratorial em pacientes com adenomas hipofisários conhecidos ou suspeitos
Avaliação laboratorial em pacientes com adenomas hipofisários conhecidos ou suspeitos

A ressonância magnética (RM) de sela túrcica com contraste define o tamanho e as características do AH. Quando há contraindicação à RM, a tomografia pode ser utilizada nesta avaliação [5]. Veja exemplos de imagem de macroadenoma na ressonância.

Prolactinoma

Por ser o tumor mais prevalente, recomenda-se sempre a dosagem da prolactina sérica. A secreção de prolactina é proporcional ao tamanho do tumor e o diagnóstico é definido quando a prolactina sérica é > 250 μg/L [6].

Quando há valores de prolactina < 200 μg/L, deve-se pensar em outras causas de hiperprolactinemia:

  • Medicamentos: antipsicóticos (risperidona, haloperidol), antidepressivos tricíclicos, opióides, metoclopramida
  • Gravidez
  • Hipotireoidismo primário
  • Síndrome de ovário policístico
  • Doença renal crônica
  • Cirrose

Para estabelecer que a hiperprolactinemia é causada por um medicamento, este deve ser suspenso durante 3 a 4 dias, se for seguro fazê-lo, e a prolactina pode ser medida novamente. A normalização da prolactina sérica confirma o diagnóstico de hiperprolactinemia induzida por fármacos. Se a medicação não puder ser suspensa, como no caso de antipsicóticos ou antidepressivos, é aconselhável realizar a neuroimagem para descartar um prolactinoma.

A secreção de prolactina é inibida pela dopamina produzida pelo hipotálamo. Alguns adenomas comprimem a haste hipofisária, o que prejudica a liberação de dopamina. Isso resulta em menos ação da dopamina, aumentando a prolactina. Esse é o motivo de alguns AH não funcionantes causarem hiperprolactinemia. Nesses pacientes, espera-se uma prolactina sérica < 150 μg/L.

Tratamento

Cirurgia com acesso transesfenoidal é o tratamento de primeira escolha para os AH que requerem tratamento, exceto o prolactinoma [6]. Apesar de menos frequente, a craniotomia pode ser necessária para ressecar um tumor grande, invasivo e/ou agressivo.

No AH não funcionante a cirurgia geralmente é indicada quando há efeito de massa, tamanho > 10 mm, compressão do quiasma óptico ou crescimento do tumor (se inicialmente assintomático) [4, 7].

As complicações mais comuns são fístula liquórica, hemorragia e meningite e ocorrem em até 1% dos pacientes [4, 7].

Prolactinoma

Cabergolina e bromocriptina são agonistas da dopamina. Esses medicamentos são o tratamento de escolha em pacientes com prolactinoma e em pacientes com hiperprolactinemia idiopática sintomática ou com possibilidade de gravidez.

As opções para tratamento são:

  • Cabergolina: 0.5 a 2 mg/semana por via oral
  • Bromocriptina: 2.5 a 10 mg/dia por via oral

Em uma metanálise de 2012 que comparou as duas drogas, a cabergolina foi associada a uma menor probabilidade de hiperprolactinemia persistente (RR 2,88; IC 95% 2,20-3,74), oligomenorreia (RR 1,85; IC 95% 1,40-2,36) e galactorreia (RR 3,41; IC 95% 1,90-5,84) [8].

Pacientes com macroprolactinoma precisam de seguimento oftalmológico regular com avaliação do campo visual. Na gravidez, a avaliação deve ser trimestral para detectar um crescimento clinicamente significativo do tumor [9].

A terapia é mantida indefinidamente nos indivíduos cujo AH não regrediu completamente. A suspensão do tratamento por ser tentada nas pessoas que atingem normoprolactinemia e regressão completa do tumor após pelo menos 2 anos de tratamento.

Os efeitos adversos mais comuns são náuseas, vômitos, cefaleia, tontura e hipotensão ortostática. Esses sintomas são mais frequentes no pacientes em uso de bromocriptina [8]. Os agonistas da dopamina devem ser evitados em indivíduos com antecedentes de transtorno de controle dos impulsos ou psicose, pois esses eventos foram reportados em 8-25% em uso das pessoas em uso dessas medicações.

Quando os pacientes têm contraindicação ou não respondem ao tratamento medicamentoso, eles são candidatos à cirurgia transesfenoidal [6]. A radioterapia é indicada para pacientes com tumores agressivos ou prolactinomas malignos, não responsivos aos agonistas dopaminérgicos e à cirurgia [10].