Escala de Coma de Glasgow

Escala criada nos anos 1970 por neurocirurgiões escoceses para graduar o nível de consciência em pacientes com trauma crânio encefálico. Foi projetada para ser fácil de aplicar em ambientes clínicos gerais e especializados, substituindo métodos inconsistentes anteriores.

Hoje é amplamente utilizada para avaliar nível de consciência, incluindo em pacientes em sedação em UTI, na sepse para avaliar disfunção orgânica (escore de SOFA), em lesão neurológica pós parada cardíaca e para decidir por exame de imagem no trauma craniano leve (Canadian CT Head Rule). 

A escala tem três componentes: resposta motora, resposta verbal e abertura ocular, cada um dos quais é pontuado separadamente. A soma dessas pontuações fornece a pontuação total, variando de 3 (coma profundo) a 15 (plena consciência).

Algumas limitações da escala são:

  • Falta de padronização na aplicação, o que pode levar à variabilidade nas avaliações. Diferentes profissionais podem usar diferentes tipos de estímulos para obter respostas e relatar a escala de maneira diferente, com alguns fornecendo apenas uma pontuação total e outros detalhando pontuações de componentes individuais.
  • Não leva em conta as respostas verbais em pacientes intubados, o que pode subestimar o seu nível de consciência. Além disso, não inclui avaliação dos reflexos do tronco cerebral, que são essenciais para determinar a profundidade e o prognóstico do coma.
  • A confiabilidade pode ser comprometida quando utilizada por observadores inexperientes, que podem cometer erros consistentes, principalmente em níveis intermediários de consciência. Isto pode afetar a precisão da escala no monitoramento de alterações na condição do paciente.
Imagem Glossário - Escala de Coma de Glasgow

Referências:

  1. Le Roux P, Menon DK, Citerio G, Vespa P, Bader MK, Brophy GM, Diringer MN, Stocchetti N, Videtta W, Armonda R, Badjatia N, Böesel J, Chesnut R, Chou S, Claassen J, Czosnyka M, De Georgia M, Figaji A, Fugate J, Helbok R, Horowitz D, Hutchinson P, Kumar M, McNett M, Miller C, Naidech A, Oddo M, Olson D, O'Phelan K, Provencio JJ, Puppo C, Riker R, Robertson C, Schmidt M, Taccone F, Neurocritical Care Society, European Society of Intensive Care Medicine. Consensus summary statement of the International Multidisciplinary Consensus Conference on Multimodality Monitoring in Neurocritical Care : a statement for healthcare professionals from the Neurocritical Care Society and the European Society of Intensive Care Medicine. Intensive Care Med. 2014.
  2. Rowley G, Fielding K. Reliability and accuracy of the Glasgow Coma Scale with experienced and inexperienced users. Lancet. 1991.
  3. Teasdale G, Jennett B. Assessment of coma and impaired consciousness. A practical scale. Lancet. 1974.
  4. Bodien YG, Barra A, Temkin NR, Barber J, Foreman B, Vassar M, Robertson C, Taylor SR, Markowitz AJ, Manley GT, Giacino JT, Edlow BL, TRACK-TBI Investigators. Diagnosing Level of Consciousness: The Limits of the Glasgow Coma Scale Total Score. J Neurotrauma. 2021.

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