Shunt, do inglês, desvio ou derivação.
Um shunt portossistêmico é uma conexão vascular anormal que permite que o sangue do sistema venoso portal desvie do fígado e entre diretamente na circulação sistêmica. Esses shunts podem ser congênitos ou adquiridos. Os shunts portossistêmicos congênitos são malformações vasculares raras que estão presentes desde o nascimento e podem levar a complicações graves, como encefalopatia hepática, hipertensão pulmonar e tumores hepáticos.
Os shunts portossistêmicos espontâneos são tipicamente adquiridos e associados a cirrose e hipertensão portal. Eles podem levar a complicações como encefalopatia hepática, sangramento gastrointestinal e trombose da veia porta. No contexto da cirrose, os shunts são considerados biomarcadores radiológicos de hipertensão portal clinicamente significativa e estão associados a um risco aumentado de descompensação e mortalidade. O manejo dos shunts pode envolver técnicas de radiologia intervencionista, como embolização para reduzir o fluxo do shunt e aliviar os sintomas, particularmente em casos de encefalopatia hepática refratária.
O shunt portossistêmico intra-hepático transjugular (TIPS) é um procedimento usado para criar um shunt portossistêmico artificial dentro do fígado para tratar complicações da hipertensão portal, como ascite refratária e sangramento por varizes, em pacientes com cirrose. O TIPS pode reduzir a pressão portal e controlar a ascite, mas pode piorar a encefalopatia.