A síndrome da fome óssea é caracterizada por hipocalcemia, hipofosfatemia e hipomagnesemia graves e prolongadas, acompanhadas do aumento nos marcadores do metabolismo ósseo, como a fosfatase alcalina. Acontece após a correção de condições associadas à alta renovação óssea. Um exemplo é após a paratireoidectomia em pacientes com hiperparatireoidismo. A rápida queda nos níveis circulantes de hormônio paratireoidiano após a cirurgia leva ao aumento da deposição de cálcio no osso.
A síndrome é mais comum em pacientes com hiperparatireoidismo secundário, especialmente aqueles em diálise crônica, em comparação ao hiperparatireoidismo primário. Outros fatores de risco incluem alterações radiológicas pré-operatórias no osso, níveis elevados de fosfatase alcalina sérica e de hormônio paratireoidiano, e alto número de osteoclastos na biópsia óssea. O tratamento geralmente envolve suplementação oral de cálcio em alta dose e calcitriol. Em alguns casos, pode ser necessária a administração intravenosa de cálcio. O uso pré-operatório de bifosfonatos tem sido sugerido como medida preventiva, mas ainda não é uma recomendação consensual.
Referências:
- Jain N, Reilly RF. Hungry bone syndrome. Curr Opin Nephrol Hypertens. 2017.
- Pal R, Gautam A, Bhadada SK. Role of Bisphosphonates in The Prevention of Postoperative Hungry Bone Syndrome in Primary Hyperparathyroidism: A Meta-Analysis and Need for Randomized Controlled Trials. Drug Res (Stuttg). 2021.