Sobrediagnóstico

Neoplasias malignas podem ter comportamento imprevisível. Algumas podem se manter estáveis ou até regredir ao longo do tempo. Outras podem ter crescimento lento ao longo de muitos anos. No caso do câncer de mama, algumas lesões podem demorar até 5 a 10 anos para se manifestarem clinicamente. 

O sobrediagnóstico é a situação em que um câncer é identificado em um exame de rastreio, contudo essa neoplasia não levaria a repercussões em morbidade ou mortalidade ao indivíduo caso não tivesse sido descoberta. Esse cenário é especialmente comum no rastreio dos cânceres de mama, próstata e tireoide. 

Não podemos medir o sobrediagnóstico diretamente em estudos clínicos, porém podemos inferir sua presença, especialmente quando há uma elevação na taxa de diagnóstico da doença sem redução em sua mortalidade.


Aproveite e leia

11 de Novembro de 2024

Diabetes Mellitus e Drogas Antidiabéticas no Perioperatório

O controle glicêmico e o manejo de diabetes mellitus estão relacionados aos desfechos clínicos no perioperatório. Esse tópico aborda o manejo dessas condições no perioperatório.

8 de Janeiro de 2024

Quando Transfundir Concentrado de Hemácias

Anemia e hemotransfusões são frequentes em pacientes internados. Já se investigaram diferentes limiares para transfusões, com uma tendência atual para preferir metas restritivas (hemoglobina mais baixa) à liberais (hemoglobina mais alta). Estudos sobre esses limiares em pacientes com infarto agudo do miocárdio (IAM) ainda são escassos. Em novembro de 2023, foi publicado o estudo MINT no New England Journal of Medicine, que comparou metas em pacientes com IAM. Neste tópico serão abordadas as indicações de hemotransfusão em diferentes grupos e os resultados do estudo.

24 de Outubro de 2022

Estenose de Carótida Assintomática

Algumas diretrizes recomendam a revascularização de pacientes com estenose de carótida assintomática. Os estudos que demonstraram benefício com essa conduta são antigos, quando o tratamento clínico não era tão eficaz. Não sabemos se os resultados seriam os mesmos no contexto terapêutico atual. O SPACE-2, publicado no Lancet Neurology em outubro de 2022, foi desenhado para tentar tirar essa dúvida.